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Ordem espiritual

Sofrendo ameaças de todos os tipos, o superintendente da Barra, Sancler Mello, persiste na missão de acabar com a desordem na região: “Sou espiritualizado”, diz o executivo, que também é médium

Sancler no Núcleo Alam Mello: “Não tenho medo dos meus objetivos”

“Praticante de medicina espiritual, curador das doenças da alma e mensageiro do amor e caridade”. É desta forma que o superintendente da Barra, Sancler Melo, se define em uma de suas redes sociais. No plano material, entretanto, toda a proteção é pouca para Sancler. Se depender dele não haverá ocupação irregular em sua gestão, milicianos não terão vez e lugares explorados criminosamente por terceiros já estão sendo evacuados.


“Minha meta como superintendente é impor a ordem social e urbana. E não vamos conseguir isso sem coibir a ocupação irregular”, diz Sancler.


Ameaçado a todo instante, ele não esmorece. “Não tenho medo dos meus objetivos. Sou um ser humano espiritualizado. Eu preciso trazer o bem para que esse cargo que eu exerço seja a ferramenta do combate ao mal. E na história do mundo o bem nunca perde para o mal”, completa.


Em 2002, após perder o filho de 19 anos em um acidente de carro – o jovem estava estacionado quando um ônibus perdeu a direção e arrastou o seu carro por mais de 100 metros –, lembra que recebeu uma mensagem de um grupo de espíritos, e seguiu a orientação de abrir um lar espiritual. Hoje, o Núcleo espírita Alam Mello (NEAM), no Recreio, tem 58 projetos gratuitos de ressocialização.


Curiosamente, Sancler costuma dizer que só acredita naquilo que vê. “Fui estudar para entender fisicamente o que era o espírito, já que tenho visões desde os meus 5 anos. Hoje percebo que alguns espíritos são energias quânticas”, comenta ele, que não abandonou o surfe e o jiu-jítsu, que praticava com o filho. “Agora a onda me pega e no jiu-jítsu a garotada me bate”, brinca.


Na política, pretende regulamentar as terapias holísticas para que sejam aplicadas em hospitais públicos. Além de criar uma cadeira de medicina espiritual nas universidades para formar médiuns capacitados.


“Noventa por cento das doenças são psicossomáticas”, garante o médium, que todas as quintas realiza cirurgias espirituais no NEAM. “Guiado pelo espírito do Dr. Pedro Ernesto, temos uma estatística de cura em torno de 94%”, assegura ele.


Quem sabe ele não realiza uma cirurgia espiritual na desordem do bairro?


Confira a seguir algumas de suas opiniões...


"Estou visado? Sim. Querem me eliminar? Sim. Porque estou atacando o problema na ferida"


OCUPAÇÃO IRREGULAR

“Só tomou essa proporção porque governos anteriores não se preocupa-vam com isso. Onde há omissão do Governo há o império da marginalida-de. Minha meta como superintendente é impor a ordem urbana. E nós não vamos conseguir impor esta ordem se não coibirmos a ocupação irregular”.


AMEAÇAS

“São constantes. Hoje mesmo recebi um telefonema de uma pessoa me ameaçando caso eu não parasse. Mas eu não tenho medo dos meus objetivos. Sou espiritualizado, acredito numa vida eterna e que existe uma força acima de nós denominada Deus, que protege o bem. E eu preciso trazer o bem para esse cargo que eu exerço, para ele ser a ferramenta do combate ao mal. E na história do mundo o bem nunca perde para o mal”.


MEDIDAS DE ORDEM

“Em três meses já pus em prática diversas medidas. Um exemplo é a desocupação do terreno que pertencia ao Parque Marapendi. O terreno era criminosamente explorado por terceiros há cerca de 15 anos com destruiçao da fauna e flora local. Retiramos essas pessoas e reintegramos o espaço físico ao parque. Em 15 dias vemos corujas e largartos que antes não existiam. Se você cuida, a natureza faz a parte dela”.


DESORDEM URBANA

“Muitos reclamam da insegurança. Mas a sensação é muito maior do que a própria insegurança. E esta sensação é causada justamente pela desordem urbana. Quando a pessoa vê tudo tumultuado, sem fiscalização, isso vai gerando no inconsciente dela uma dúvida e uma perspectiva de que ela vai sofrer algo. Temos que combater essa desordem, mas combater (nesse momento ele soca a mesa) duramente, além de ocupar estes espaços desocupados. Porque não adianta o estado e o poder público retirar e deixar abandonado. Quem pensava em fazer algo errado está pensando duas vezes. E quem fazia, parou. Aqueles prédios de oito andares em comunidades acabaram. Miliciano alugando estacionamento também parou. Se tem é muito pouco. Estou visado? Sim. Querem me eliminar? Sim. Porque estou atacando o problema na ferida. Na fonte de renda deles. Mas sou morador da região há 55 anos e como superintendente quero trazer de volta a minha qualidade de vida”.


AÇÕES

“Estou reconstruindo a orla em parceria com a Orla Rio. Estamos colocando 500 mil pedrinhas portuguesas para dar acessibilidade a cadeirantes e idosos para que eles possam usufruir do calçadão. Junto com a Secretaria do Meio Ambiente, pilotada pelo Bernardo Egas, um jovem maravilhoso, estamos fazendo o reflorestamento do Canal de Marapendi. É uma medida compensatória na qual vamos reconstruir a fauna e a vegetação do lugar. Estamos buscando uma conversa com a sociedade porque a desinformação leva as pessoas a estar contra um projeto que vai trazer apenas benefícios”.






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