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“Pagamos uma cabine da PM pra nada”

Vítima de tentativa de assalto ocorrido no dia 13 de março se revolta com a ausência de policiais no entorno da ABM

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Rio 15, de março Muito sangue no rosto e no braço, parede medial orbital fraturada (osso do crânio), um trauma grande, muito choro e desabafo. Esse foi o saldo da tentativa de assalto sofrida pela moradora do Bosque Marapendi, Clara Draxcler (foto acima, no dia da tentativa de assalto), na quinta, dia 13 de março, por volta de 13h. Ela passava pela ciclovia da Prefeito Dulcídio Cardoso com a sua bicicleta elétrica, quando, na altura do condomínio Santa Lúcia, um bandido anunciou o assalto. Clara acelerou e, cerca de 100 metros depois, derrapou e caiu de cara no chão.


“Entrei para a estatística. Estou bastante machucada”, disse Clara, aos prantos, em um vídeo que gravou no caminho para o hospital.


Depois do ocorrido, Clara fez questão de lembrar que, compul-soriamente, há pouco tempo, os moradores do entorno pagaram para construir mais uma cabine da PM próxima ao local.


“Já tinha uma e agora construíram outra, em frente ao Assaí. Pra nada. Nunca tem ninguém ali dentro. Ou, quando tem, o policial está sozinho e não pode sair”, reclamou ela, que, aos prantos novamente, deu o seguinte depoimento um dia após o ocorrido:


“Não é assim, falar que a gente trabalha e compra outro. Isso não existe. Eu acho inadmissível. Ninguém vai me levar nada na mão grande. Ele não estava armado. Sei que errei. Mas eu trabalho em frente a um fogão, com um calor desgraça-do, em pé, para me roubarem de graça? Não vai levar. Estou triste e revoltada porque não tinha nenhum policial. Isso foi mais ou menos 13h. Tem um colégio, o pH, a 500m. E não tinha nenhum policial. O Barra Presente tava no WhatsApp, tava na casa do C. Temos que parar de normalizar que o Rio de Janeiro é assim. É no Brasil inteiro, mas aqui parece que está pior. Graças a Deus estou viva, mas isso é inadmissível. Em cinco minutos o ladrão ia levar minha bicicleta que eu fiquei 12 meses pagando? Não vai levar. Me desculpem pelo desabafo. De coração. Mas eu preciso falar. Eu não aguento. Eu estudei, meus irmãos estudaram, minha mãe criou a gente sozinha, sem marido do lado e ninguém virou bandido, nem traficante. Ninguém é vítima da sociedade. A ocasião não faz o ladrão. Não faz. Se fosse assim eu e meus irmãos seríamos três malditos. Cansamos de ver os outros terem as coisas de valor e nunca fomos pegar na mão grande. É isso. É apenas uma indignação. Me desculpe. Agora vou correr atrás do meu prejuízo, que foi físico”.


Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que a região mencionada pela reportagem conta com um reforço no policiamento por meio de policiais do programa Bairro Presente e do Regime Adicional de Serviço (RAS), voltado exclusivamente para a região do Bosque Marapendi, além do emprego de policiais em bicicletas, moto patrulhas e viaturas. A SEPM relembra a importância do acionamento das equipes através da Central 190 e do App RJ 190, assim como a importância dos registros dos crimes nas delegacias, o que proporciona uma melhor análise das manchas criminais locais.


A secretaria não respondeu sobre o reforço do policiamento na nova cabine da PM.



 
 
 

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