Morador antigo do bairro conta que nunca viu a orla da Barra com tantos bandidos. Pessoas são ameaçadas na entrada do supermercado Assaí e precisam retornar de Uber para casa
A orla da Barra parece ter sido tomada por assaltantes, segundo informações dos quiosqueiros e de alguns moradores. O empresário Eduardo Sameiro, morador há mais de 40 anos do bairro e frequentador assíduo da praia, conta que nunca viu tantos bandidos agindo na orla.
“Pare um dia de semana aqui, com sol, fica aqui meia hora na praia que você vai ver eles assaltando”, sugeriu ele para o repórter da Folha. “Está demais. Eles estão para cima e para baixo, cercando, mandando mensagem. Outro dia o rapaz filmou um cara do outro lado, numa moto, mandando mensagem para dois que estavam no calçadão para assaltar. Está assim: um formigueiro de assaltantes aqui. Nunca vi igual. Não é possível que a polícia não esteja vendo isso e agindo. Ou será que eles precisam de mais informações?”, indagou o morador.
Segundo quiosqueiros, os bandidos agora andam em gangues de três ou cinco, mas nunca caminham agrupados. Seguem uns atrás e outros mais a frente. Até que cercam alguma vítima para roubar os seus pertences.
"Eles ficam de olho nos cordões de ouro, pulseiras e celulares. Está impressionante. Nós ficamos observando aqui de dentro e vemos assaltos a todo instante”, relatou um quiosqueiro.
Na sexta, dia 13 de janeiro, uma moradora relatou ter sido vítima dos assaltantes no calçadão. “Estava retornando da academia, por volta de 16h. Passei em frente ao Barramares e percebi uma sombra atrás de mim. Quando ia tentar correr puxaram o meu cordão”, disse ela.
Ameaças na porta do mercado
No Bosque Marapendi, os bandidos agora também atuam coagindo as pessoas. Na entrada do supermercado Assaí da Avenida das Américas, a moradora do local, Cláudia Goft, foi ameaçada por assaltantes, na sexta, dia 13 de janeiro, por volta de 11h.
“Atravessei a rua para entrar no mercado e tinham cinco pivetes na porta. Tinha que passar por eles para entrar e já fui pensando “dancei”. Eles me cumprimentaram, passei direto e um deles falou em tom de ameaça “A gente espera a senhora aqui na volta”, disse Claudia lembrando que entrou no mercado assustada, relatou o problema para uma atendente e perguntou se na hora de ir embora alguém poderia acompanhá-la.
“A menina disse que não teria problema e foi chamar o seu chefe. Apareceu um homem com um segurança dizendo que só poderiam ir até a porta, mas que não poderiam sair do mercado e falaram para eu chamar a polícia.”, conta a moradora, que retornou para casa de Uber, mesmo morando num prédio localizado na frente do mercado.
Cláudia se disse decepcionada com a atitude dos funcionários do estabelecimento.
“Passei pela mesma situação no estacionamento do Burguer King. Relatei para o caixa e ele falou que eu poderia ficar tranquila que eles chamariam a polícia e que um segurança iria me acompanhar na saída. Olha a diferença”, recorda ela.
A notícia sobre a ameaça foi publicada no Instagram da Folha do Bosque e uma outra moradora também relatou ter sofrido ameaças na entrada do atacadista.
"Entrei correndo, fiquei assustada e tive que voltar de Uber, porque falaram que estariam no mesmo lugar quando eu saísse”.
Reclamações da existência de pedintes e de vendedores de balas dentro do Assaí, supermercados Guanabara e Mundial também foram recebidas no DM da Folha do Bosque
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