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Diogo Nogueira faz a festa na Barra

Updated: Oct 26, 2023

Sambista comemora 15 anos de carreira no palco do Qualistage, neste sábado (28). O cantor foi capa da Folha do Bosque quando tudo começou, em 2008

No sábado, 28 de outubro, Diogo Nogueira celebra os seus 15 anos de carreira no palco do Qualistage. Capa da Folha do Bosque de setembro, o sambista apresenta no local, às 22h, o seu novo show que vem rodando todo o Brasil. Além de novas leituras para os sucessos de sua carreira, como “Pé na areia”, “Clareou” e “Sou eu”, Diogo traz o samba de roda da Bahia para o palco, além de sucessos do cancioneiro popular brasileiro, indo de Arlindo Cruz a Chico Buarque, de Tim Maia a Zeca Pagodinho. Quando tudo começou, em 2008, o cantor também esteve na primeira página da Folha do Bosque (leia a matéria no final).


O espetáculo reserva uma homenagem para Arlindo Cruz. Ela começa com uma breve citação que em seguida é envolta pela imagem do artista projetada, fazendo uma fusão entre Arlindo tocando e Diogo cantando “O bem” (Arlindo e Delcio Luiz) e “O meu lugar” (Arlindo Cruz e Mauro Diniz), além de outros clássicos do compositor, como “Trilha do amor” e “A pureza da flor”.


O set list não será o único ponto forte do evento! Diogo traz a dança de volta para o palco, sempre muito presente em seus shows. O espetáculo conta com a participação do balé da companhia de dança Leandro Azevedo – ator, dançarino, coreógrafo, professor e tricampeão da Super Dança dos Famosos, ao lado de Paolla Oliveira.

O Qualistage ganha ainda mais brilho com diversas surpresas que são reveladas durante a apresentação no painel de LED do cenário e com a big band formada por onze músicos: Rafael dos Anjos (Violão e Direção Musical), Henrique Garcia (Cavaco), Julio Florindo (Contra-Baixo), Paulo Bonfim (Bateria), Rafael Delgado (Banjo e coro), Gabi D’paula (Coro), Alisson Maninho (Percussão), Wilsinho Baltazar (Percussão), J. Chiclete (Percussão), Marechal (Percussão) e Fabiano Segalote (Trombone).


DIOGO NOGUEIRA NO QUALISTAGE

Data: 28 de outubro (sábado)

Horário: 22h

A casa abre 1h30 antes

Local: Qualistage

Av. Ayrton Senna, 3000 - Barra da Tijuca.

Ingressos a partir de R$ 140.


Classificação etária: 18 anos

Menores somente acompanhados dos pais ou responsáveis legais.

O espaço possui acessibilidade

A casa segue os protocolos de segurança, como disponibilizado álcool em gel. O local é periodicamente higienizado. Tudo para garantir a diversão com segurança.

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Matéria de capa da Folha - Janeiro de 2008


O ESPELHO MÁGICO

Música se apodera da vida de Diogo Nogueira. Um dos melhores cantores de samba de todos os tempos, na opinião de Sérgio Cabral

Com indefectíveis óculos escuros, piercing na orelha, chinelos, bermudão, ele adentra num barzinho do Downtown e pede um chope para começar a entrevista. Diogo Nogueira está na área. Foi derrubado, mas não sofreu pênalti. Estourou o joelho, chorou muito, mas pode agradecer até hoje o zagueiro que cometeu a infração. A falta da sua vida, digamos. Ele queria ser jogador de futebol, mas essa contusão afastou o filho do saudoso João Nogueira dos gramados e levou o menino para os palcos. E em pleno alvorecer do século XXI somos contemplados com Diogo Nogueira. “Um intérprete que não é apenas um dos maiores cantores de samba de todos os tempos. É um dos nossos melhores intérpretes da música popular brasileira”, escreve o historiador Sérgio Cabral. A julgar pelo depoimento, foi bem melhor do que ter tentado a sorte nos gramados.


“Eu falava: não quero, meu irmão. Vai caçar outro”, respondia Diogo aos insistentes convites para ser cantor, quando sonhava brilhar dentro das quatro linhas. Ainda mais com o incentivo do pai, falecido em 2000, que sentava com o guri na tribuna de honra do Maracanã (“bem ali, do lado da Raça rubro-negra”, lembra Diogo) e dizia: “Eu ainda vou te ver lá dentro jogando futebol”.


Por ironia do destino, em 2003, aos 23 anos, a letra de uma música que João Nogueira (na foto, com Diogo no colo) compôs para seu pai, sai do papel e se apodera da vida real de Diogo:

“Num dia de tristeza me faltou o velho / E falta lhe confesso ainda hoje faz / E me abracei na bola e pensei ser um dia/ Um craque da pelota ao me tornar rapaz / Um dia chutei mal e machuquei o dedo / E sem ter mais o velho pra tirar o medo / Foi mais uma vontade que ficou pra trás”, diz um dos versos de “Espelho”.


No dia em que se lesionou, a letra passou como um filme na cabeça de Diogo. “Chorei copiosamente”, recorda.


O orçamento apertava e estava na hora de aceitar os convites dos bambas. Tarefa não muito difícil para o rapaz que, desde pequeno, freqüentava as tradicionais rodas de samba da cidade e chegou a se apresentar em vários shows pelo país ao lado do pai. A primeira canja, Diogo lembra bem: “Era molecote, tinha 13 anos, meu pai me cutucou e disse: ‘Canta aí’. Eu disse: ‘Cantar o quê?’ Então eu tive que cantar, né? Cantei 'Nó na madeira'”.


No ano passado, no palco do Canecão, Diogo lançou os seus primeiros CD e DVD, gravados ao vivo no Teatro João Caetano, no Rio. No repertório, clássicos de João Nogueira e Baden Powell, como “Espelho” e “Violão vadio”, além de composições inéditas de Diogo. “Ele enriquece suas interpretações com uma postura de palco que nem o pai possuía”, incensa Cabral. “É mais bonito, é verdade, mas não é apenas isso. Diogo Nogueira é dotado daquele misterioso talento que faz o espectador acreditar que ocupa o palco inteiro, mesmo quando aparece sozinho”, completa o historiador.


Esse ano, pela segunda vez consecutiva, Diogo venceu a disputa do samba-enredo da Portela, escola adotada por seu pai, que emplacou sambas em finais, mas nunca chegou a ser campeão.

Está na hora de os versos da música “Espelho” invadirem a sua vida novamente. “Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade / E orgulho de seu filho ser igual seu pai / Pois me beijaram a boca e me tornei poeta”, canta Diogo, no momento mais impactante do seu DVD.


A conversa com o editor da Folha, Luiz Neto, regada a chope garotinho (foto), no boteco

Papo de Bar, no Downtown, vai chegando ao fim. O marrento Diogo cede lugar ao simpático Nogueira. Troca receitas de drinques com a equipe da Folha do Bosque, lembra os dotes culinários que aprendeu com o pai, fala do filho David de 1 ano e dez meses, mostra o nome do bebê tatuado no braço direito, diz que ainda não terminou as três tatuagens que fez no braço esquerdo (o rosto e assinatura do seu pai, e a cifra da música “Poder da criação”) e marca até desafio de futevôlei contra o editor da Folha.


A saideira vai ser num quiosque da praia...


A capa da Folha, em 2008

A capa de agora, setembro de 2023



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