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A inversão da pirâmide

Updated: Jun 23, 2022

Quem é o cara que ligou o turbo do Parque Olímpico e está fazendo a Secretaria de Esportes do Governo Federal nadar de braçada

Por Luiz Neto


O ano é 1996, e na van da equipe de promoção da rádio FM O Dia, o menino Marcello Magalhães só vê cream craker na sua frente. Cisma que precisa perder peso e na base de água e biscoito elimina mais de 40 kg em menos de três meses. Entre um gole de Minalba e outro, ele imita os locutores Galvão Bueno e Luciano do Valle para alegria da turma. Marcello sempre foi assim: obstinado e apaixonado por esportes. Agora, estamos em 2022, e esse cara, morador da Barra da Tijuca, é o Secretário Especial de Esportes do Governo Federal. Sua obstinação: inverter a base da pirâmide do esporte brasileiro fazendo com que o desporto educacional tenha prioridade na destinação dos recursos públicos.


“No meu discurso de posse eu frisei claramente que se não fosse para trabalhar dessa forma não fazia sentido estarmos sentados naquela cadeira. O esporte escolar não pode ser coadjuvante. Precisa ser tratado como prioridade no país”, afirma Magalhães, ele mesmo fruto desse tipo de plataforma. Foi graças ao judô, que o atual Secretário de Esportes ganhou uma bolsa universitária e se formou em Comunicação Social na Universidade Gama Filho.


O resultado de sua determinação, desde que assumiu a pasta, em fevereiro de 2020, é implacável: após um hiato de 17 anos, o Brasil voltou a realizar os Jogos Escolares Brasileiros (JEB’s), em 2021 – a maior competição escolar do país, destinada a jovens atletas entre 12 e 14 anos. A competição aconteceu no Parque Olímpico, outro lugar que vem sendo olhado com carinho pelo secretário.


“O Parque agora tá ON. Acabamos com aquela falácia de largado olímpico”, dispara.


No ano passado, cerca de 50% da verba de R$ 874 milhões destinada a programas esportivos, foi voltada para a implantação e modernização de infraestrutura do esporte educacional, recreativo e de lazer.


Para o presidente da Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE), Antônio Hora Filho, Marcello está transformando o esporte brasileiro. “Esse cara faz a gente encher o peito, o gogó e os olhos de lágrimas e sentir mais uma vez o orgulho de ser brasileiro”, disse Hora, num discurso, em Normandia, na França.


Foi lá onde, recentemente, entre 14 e 22 de maio, aconteceu uma das principais competições escolares do planeta, a Gymnasiade, com 3,4 mil atletas-estudantes de 69 países. O Brasil terminou a competição em segundo lugar no quadro de medalhas, atrás apenas da anfitriã do megaevento. Com 230 representantes, a maior delegação da história do país na competição viajou amparada por um Termo de Fomento de R$ 5,5 milhões do Ministério da Cidadania destinado à CBDE.


“Foi uma campanha histórica com 45 ouros, 45 pratas e 36 bronzes”, vibra Magalhães. “É por isso que não faz sentido não olharmos com clareza para essa plataforma de desporto escolar. Em qualquer país de primeiro mundo o esporte não começa no clube nem, na academia. Começa na escola.”, completa.


O Desporto universitário já mobilizou 2,5 mil atletas em 2022, com investimento federal de R$ 3 milhões. O calendário de 2022 não está nem na metade, mas já marca um ano movimentado para os atletas. Sob condução da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), somente em abril e maio, cerca de 2,5 mil estudantes de todo o país puderam competir em quatro eventos que reuniram 22 modalidades.


“O Marcello de fato inverteu a pirâmide do esporte no Brasil entendendo que essa plataforma é um vetor de desenvolvimento social, educação e revelação de talentos. Não são apenas atletas, mas cidadãos brasileiros forjados com os valores do esporte e da educação”, destaca o presidente da CDBU, Luciano Cabral.

O Secretário de Esportes começa a colocar em prática o plano de destinação das arenas Parque Olímpico da Barra da Tijuca. Uma das bases fundamentais para a realização dos seus projetos.


Legado dos Jogos Rio 2016, o Velódromo do Parque Olímpico da Barra foi entregue pelo Governo Federal à prefeitura da capital fluminense no sábado, 18 de junho.

Em cerimônia realizada no palco das provas de ciclismo das Olimpíadas e Paralimpíadas no Brasil, o ministro da

Cidadania, Ronaldo Bento e Marcelo Magalhães assinaram o Termo de Rescisão Parcial do equipamento, que passa a ser administrado pelo município, a partir de 01 de agosto.


Trabalho excepcional

“Estamos trazendo para cá, em junho, o Pan-Americano de ginástica, vamos ter o maior campeonato de boxe que o país já realizou, a final do campeonato mundial de skate vai ser aqui no parque também. Em janeiro, já tínhamos 70 eventos pré-agendados para o Parque Olímpico. Enfim, o parque começa a ter vida e projetos que contemplam a população do Rio”, afirma Marcello, que acumula 15 anos de experiência no setor esportivo como consultor e gestor de carreiras de nomes consagrados como Izaquias Queiroz, dono de três medalhas olímpicas na canoagem, o judoca Flávio Canto, o multicampeão do UFC, Anderson Silva, entre outros atletas.


O afago com o desempenho do Secretário de Esportes chega do alto escalão. Para o Presidente da República, Jair Bolsonaro, o trabalho de Marcello Magalhães é excepcional. “Eu não tenho palavras para agradecer o que ele faz, não por mim, mas pela garotada do nosso Brasil”, encerra o Presidente.


A Capa da Folha com o Secretário Marcello Magalhães


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