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O projeto de emancipação da Barra está ON

Grupo “Barra Livre” planeja plebiscito para o começo de 2024

O jornalista Roberto Monteiro Pinho passa 24h por dia, de segunda a domingo, debruçado em estudos de viabilidade econônica, planejamentos tributários e avaliação de índice populacional e territorial. O intuito é a elaboração de um dossiê que vai ser entregue para a análise da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Em pauta, um projeto que está de volta após três décadas: o plano de emancipação da Barra da Tijuca.


“Se você perguntar para um cachorro se está tudo bem na Barra ele avança em você”, dispara o jornalista. “Nosso bairro, que está abandonado, precisa de, no mínimo, ônibus com dois andares, como acontece em Londres e metrô até o Recreio”, completa Monteiro, que realizou no dia 6 de abril, no Arouca Barra Clube, a segunda coletiva de imprensa com a participação de lideranças comunitárias, empreendedores e ambientalistas, para apresentar o pré-projeto com dados de viabilidade de emancipação da região.


Presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa (ANI), Roberto Monteiro lidera o Movimento de Emancipação da Região da Barra da Tijuca (AP4.2). O território AP4.2 abrange as localidades do Joá, Itanhangá, Barra da Tijuca, Camorim, Vargem Grande, Vargem Pequena, Recreio dos Bandeirantes e Grumari. São esses oito bairros que fariam parte do novo município.


“Seria o 93o município do Estado do Rio de Janeiro. E, ao contrário do que muitos pensam, não haveria um aumento de cargos públicos. Cerca de 12 vereadores seriam remanejados para o novo município. O prefeito entraria no lugar do subprefeito, que já existe. E ainda cortaríamos pela metade o número de servidores, já que, apenas aqui na Barra, temos mais de 1.600 nomeações de cargos públicos feitas pelo atual prefeito Eduardo Paes”, diz Monteiro.


Miami brasileira com práticas ilegais

Um dos advogados do movimento de emancipação, Ralph Lichotti, lembrou, durante o encontro no Arouca Barra Clube, da existência de “práticas ilegais” existentes na Barra como o fechamento de ruas.


"Temos cancelas estabelecendo cobrança de cota condominial, sem que exista qualquer entendimento nesse sentido, o que fere a liberdade de moradia, e cria uma atmosfera de isolamento da autoridade que não coíbe a ação ilegal”, disse Lichotti.


Monteiro lembra do abandono sofrido pela Barra na questão ambiental. “O que deveria ser o legado olímpico teve verbas desviadas para a Baía de Guanabara”, denuncia ele, citando também da falta de segurança na região e outros problemas como a ausência de um hospital público de ponta.


“O BRT não funciona, o transporte está saturado, as pessoas me param na rua pedindo creches para colocar as crianças. Também não temos uma coleta de lixo regular. A Barra, entretanto, é a região do município que mais arrecada dinheiro. A prefeitura não está cumprindo a sua parte”, avalia.


"Precisamos voltar a receber eventos como a Fórmula 1, contar com uma Bolsa de Valores, trazer bancos de investimentos e gerar empregos”, declara o jornalista.


Em maio, o grupo planeja uma nova coletiva de imprensa, que deve acontecer na casa de shows Ribalta.


Há três décadas,

a vitória inútil

No dia 3 de julho de 1988, houve um plebiscito para decidir se a região se tornaria um município. Dos 47.955 eleitores aptos a votar, apenas 6.217 compareceram às zonas eleitorais. Desses, 5.785 votaram “sim”. Houve ainda 78 votos brancos e nulos. Entre os que acreditavam nos benefícios da separação do bairro do Rio, estava o publicitário Roberto Medina, criador do Rock in Rio. A vitória do “sim” nas urnas, porém, foi inútil. Para emancipar a Barra, teriam sido necessários 23.978 votos.


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