A expectativa é que sejam retirados cerca de 2,3 milhões de metros cúbicos de lodo e sedimentos do complexo lagunar
Com investimentos previstos de R$ 250 milhões, a Iguá - concessionária de saneamento básico que atende a região da Barra da Tijuca, Recreio e Jacarepaguá - pretende iniciar as obras de dragagem na Lagoa da Tijuca, Lagoa de Jacarepaguá, Canal da Joatinga, Canal de Marapendi e Lagoa do Camorim. A empresa recebeu, nesta terça-feira, dia 18, numa cerimônia na Ilha da Corôa, a licença ambiental para a execução do projeto, a partir de novembro deste ano.
A Íguá informa que a dragagem do sistema lagunar deve durar cerca de 36 meses, período em que serão retirados cerca de 2,3 milhões de metros cúbicos de lodo e sedimentos das lagoas em questão.
O Governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, o Vice-Governador, Thiago Pampolha, e o Secretário da Casa Civil, Nicola Miccione, estiveram presentes na cerimônia para a entrega da licença ambiental que deve permitir o restabelecimento do fluxo de água na região, possibilitando sua oxigenação, bem como as trocas com o mar, importantes para a melhoria na qualidade e renovação da água, reequilíbrio do ecossistema e aumento da biodiversidade.
A obra também tem como objetivo aprimorar as condições ambientais do meio lagunar de modo a recuperar os espaços aquáticos perdidos por conta do assoreamento, e propiciar melhores condições conexão entre as lagoas e o mar.
A intervenção será ainda responsável pelo preenchimento das cavas das lagoas da Tijuca e Jacarepaguá, com a maior parte sedimentos dragados. Essas cavas foram criadas durante as décadas de 70 e 80, com a retirada de sedimentos para uso na construção civil, e hoje contribuem para a decomposição anaeróbica, que causa mau cheiro, devido a gases tóxicos.
O impacto ambiental da dragagem será complementado ainda por outras iniciativas da Iguá que contribuem para a redução da carga de poluentes lançados irregularmente nas águas da região.
“Em sinergia com os demais projetos da Iguá, a dragagem colabora diretamente para a revitalização do Complexo Lagunar de Jacarepaguá, que é nossa principal contrapartida ambiental. Fomos além das obrigações e também investimos na recuperação da vegetação nativa da região, com a criação de um viveiro com 40 mil mudas de mangue vermelho. E ainda teremos a expansão da rede de esgotamento sanitário nas áreas irregulares e na implantação dos Coletores de Tempo Seco, outros dois projetos que estão previstos no Contrato de Concessão”, explica o diretor de operações da Iguá no Rio de Janeiro, Lucas Arrosti.
A obra utiliza dois tipos de equipamentos: as dragas de sucção e recalque e as escavadeiras. Com as dragas de sucção, os sedimentos são sugados e direcionados para uma linha de recalque com tubulação, responsável por levar o material por até dois quilômetros. Já a escavadeira funciona como uma escavadeira mecânica dentro da água e é empregado no caso de lagoas com maior quantidade de resíduos sólidos - que poderiam entupir a tubulação do outro tipo de equipamento.
No início do mês, a Iguá recebeu também a licença ambiental para iniciar a execução das obras de implantação de 26 coletores de tempo seco (CTS), que vão contribuir para que o esgoto despejado irregularmente na rede pluvial, não chegue aos corpos hídricos. Em fevereiro deste ano, a dragagem e os CTS receberam do Governo do Rio de Janeiro a Declaração de Empreendimento Estratégico (DEE), que considerou os projetos como prioridade, permitindo a aceleração do processo de licenciamento.
Dragagem em números:
R$ 250 milhões de investimento
2,3 milhões de metros cúbicos de lodo e sedimentos serão retirados
36 meses de duração da obra
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