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Desastre ecológico

Lago seca em área de reserva ambiental no Bosque da Barra e fauna luta para sobreviver.

Catástrofe pode estar relacionada com uma obra conduzida pela concessionária Iguá

O lago desaparece. Garças tentam comer os peixes mortos que restam. Os jacarés sofrem na lama. O professor de engenharia mecânica da UERJ e biólogo, Manoel Antônio, registra tudo em um vídeo, no começo do mês de outubro. Membro do conselho do Bosque da Barra, lugar onde acontece a tragédia, ele caminha onde antes era o fundo do lago. “Estou aqui no meio do lago. Vejam só que coisa. Era navegável e está totalmente seco”, diz Manoel, no filme. O biólogo também é o autor da foto acima, que mostra o lago completamente seco. O desastre pode estar relacionado à obra de ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto da Barra, conduzida pela concessionária Iguá. Após denúncias e constatações de danos ambientais, a Prefeitura do Rio de Janeiro decidiu paralisar imediatamente as obras, em uma tentativa de preservar o ecossistema local.


A pedido do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), a Iguá começou a bombear, no sábadom 19 de outubro, 200 mil litros de água no principal lago de água doce do Bosque da Barra,


Com o tamanho equivalente a 50 campos de futebol, o Bosque da Barra tem o seu delicado ecossistema ameaçado e em situação crítica. Como a área é de reserva ambiental, há muitas espécies no local, até mesmo ameaças de extinção. Antes com vida, o lago agora se resume a lama e umidade residual.


As obras da Iguá tinham o objetivo de aumentar em 50% a capacidade da estação de tratamento de esgoto, mas uma vistoria da Secretaria Municipal do Ambiente e Clima, realizada em julho, detectou que o rebaixamento do lençol freático, necessário para a obra, estava contribuindo para o ressecamento do lago. Mesmo após adequações, os efeitos ambientais persistem.


Biólogos agora avaliam os danos e buscam formas de mitigação para minimizar os impactos já causados. O objetivo é impedir que a situação piore e encontrar soluções para a recuperação do ecossistema.


Segundo nota da concessionária, não é possível correlacionar a obra da Iguá com a situação de seca da área alagada, que já ocorreu em outras ocasiões anteriores à concessão da empresa, especialmente nos períodos não chuvosos ou de estiagem.


O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) também interveio, afirmando que a concessionária não informou previamente sobre a necessidade de rebaixamento do lençol freático e que, caso os danos sejam confirmados, a empresa poderá sofrer punições e ser obrigada a recuperar a área.

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