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Psicólogo aponta alguns sinalizadores sobre comportamentos suicidas

Não é verdade, por exemplo, que que quem diz que quer dar fim à própria vida está querendo chamar a atenção

Artigo do psicólogo José Felipe Ferreira, um dos fundadorés da Psicoclínica - espaço com 20 profissionais de psicologia localizado na Barra. Confira...

“O número de jovens que decidiram terminar com suas próprias vidas têm aumentado muito nos últimos anos em nosso país. A taxa de suicídio de adolescentes entre 10 e 14 anos aumentou 40% nos últimos dez anos. Entre jovens com idades de 15 a 19 anos, o aumento foi de 33%.

A CADA DIA, 28 brasileiros se suicidam, e há entre 300 e 500 tentativas fracassadas, em média. (Dados: Revista Galileu, Novembro de 2014). Estes números por si só já demonstram que se tornou um problema de saúde pública, e se instituiu um laço amarelo como símbolo do “Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio”, que é dia 10 de Setembro.

Tendo em vista estes dados impressionantes, procuramos informar alguns sinalizadores sobre comportamentos suicidas. É sempre válido sabermos o que observar para prevenir tal situação, e assim buscar ajuda profissional. Antes que seja tarde...

É comum se pensar que quem fala em dar fim à própria vida está simplesmente querendo chamar a atenção, e na verdade não pretendem consumar isso. Já ouvi de um pai uma frase significativa: “Quem quer, se mata de uma vez. Não fica ameaçando”.

Isso não é verdade. Falar sobre o assunto, ou desabafar de tal forma pode ser de fato um pedido de ajuda. Frases como “Estou cansado(a)”; “Não aguento mais”; “Chega de sofrer”;“Preferia morrer mesmo”; “Queria sumir daqui” são verdadeiros sinalizadores. Preste mais atenção ao comportamento da pessoa.

Segundo Freud : “O pensamento é o ensaio da ação”. “Existem momentos na vida da gente,em que as palavras perdem o sentido ou parecem inúteis. E, por mais que pensemos em uma forma de empregá-las corretamente, elas parecem não servir. Então a gente não diz. Apenas sente...”


Sabemos que mudanças fazem parte da vida. Mas existem situações em que as mudanças são drásticas, e não estamos preparados para lidar com elas. Alguém mais frágil, que tenha histórico de depressão ou outro problema psíquico, pode não ter estrutura psicológica para lidar com alguns acontecimentos inesperados.

Frustrações... Fins de relacionamentos... Perda de um ente querido muito próximo... Perda de um emprego... São sempre situações para serem acompanhadas de perto. Quem muda de forma muito repentina, como por exemplo, era muito vaidoso(a) e fica desleixado com sua aparência...

Possuía um hobby ou atividade importante, que subitamente perde seu valor...

Toda e qualquer mudança de comportamento significativa representa um momento em que devemos nos aproximar para saber se algo mais profundo está se passando. No “olho do furacão”, não conseguimos perceber que pode ser uma fase ruim, que temos como mudar.

A maior parte das pessoas que tentam cometer suicídio está passando por um período depressivo. Estão fechadas, isoladas em si mesmas, não estabelecendo e nem mantendo vínculos com pessoas importantes de sua vida, mesmo familiares ou amigos mais antigos. Mostram zero interesse na vida ou em outras pessoas.

Costuma-se atribuir à adolescência alguns destes comportamentos, dizendo ser normal, e inclusive utilizando o termo pejorativo de “aborrescência”. Não devemos ignorar tais atitudes nos jovens, pois em sua maior parte, eles atribuem um peso excessivo a questões ligadas à auto imagem, popularidade, possuir objetos “da moda”, dentre outros.

O consumo abusivo de álcool e drogas (legais ou ilegais) também está diretamente ligado a este comportamento. Estes também são grandes sinalizadores de que a pessoa não possui saídas positivas e produtivas para suas questões, buscando se anestesiar, fugir dos problemas ao invés de encará-los de frente.

Segundo Carl Jung, “O principal objetivo da Terapia Psicológica não é transportar o paciente para um impossível estado de felicidade, mas sim ajudá-lo a adquirir firmeza e paciência diante do sofrimento. A vida acontece no equilíbrio entre a alegria e a dor. Quem não se arrisca para além da realidade, jamais encontrará a verdade”.

Portanto, devemos observar e avaliar cuidadosamente o momento pelo qual a pessoa está passando. Nos aproximar, conversar, e principalmente, procurar escutar. Como Freud nos disse em um de seus textos, “A ciência moderna ainda não produziu um medicamento tranquilizador tão eficaz como o são algumas palavras boas”. Se alguns destes sinais estiverem presentes, não hesite em buscar ajuda profissional”. José Felipe Dantas Ferreira


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